“Em equipa que ganha não se mexe”

Continuar com o trabalho, sem grandes mudanças de rumo, parece ser o princípio orientador do responsável máximo da ABIT.

Associações
19 JUL 2006

À beira-mar, já a pensar nas férias, Luís Bettencourt reconhece que nem tudo correu bem em 2006, mas está satisfeito com o conseguido. Sobre o futuro, “confiança” parece ser a palavra de ordem.

(Jornal do Basquetebol) Depois de onze meses de trabalho, acaba a época 2005/2006, com a sensação de dever cumprido?(Luís Bettencourt) Acho que podemos classificar esta como uma boa época, porque conseguimos atingir os objectivos a que nos propusemos. Houve um aumento de atletas inscritos, que chegou aos 600 (depois de 438 em 2004 e 531 em 2005), uma meta que tínhamos previsto para o ano de 2008. Para além disso, aumentamos o número de jogos (realizamos esta época mais 50 jogos)… Tudo isso parece-me fruto de algum desenvolvimento da modalidade e de uma maneira séria de encarar o basquetebol. Por isso estou satisfeito.(JB) O que correu menos bem?(LB) Ainda há aspectos a melhorar. O que mais me desgosta pessoalmente é a falta de apoio dos clubes numa actividade essencial como é a do Centro de Treino… Este é um espaço importante para os clubes e para os atletas, que traz despesas à Associação em deslocações, alimentação e técnicos e chegamos ao ponto de ter clubes que se esquecem de avisar os seus atletas de que têm Centro de Treino… É algo que nos entristece um pouco. Para além disso, acho que as indefinições ao nível dos escalões de formação femininos não são benéficas. Temos de trabalhar mais no sector feminino.(JB) Então poderá haver mudanças?(LB) Acho que sim. A proposta do Gabinete Técnico vai no sentido de virar o Centro de Treino para o escalão de Iniciados, abandonando o trabalho com os Cadetes. Ainda nada está definido, mas é quase certo que assim aconteça.(JB) E a arbitragem? Um eterno problema?(LB) Neste sector conseguimos resolver grande parte do problema. Há duas épocas tínhamos grandes problemas com a falta de juízes, mas este ano temos um leque de novos árbitros e oficiais de mesa, com muita vontade de trabalhar e isso faz-me acreditar que este é um problema com uma solução à vista. “QUEREMOS MAIS”(JB) Em relação ao ano que vem. Quais os objectivos da ABIT para 2006/2007?(LB) Estou convencido que podemos ir ainda mais longe nos resultados desportivos, quer em termos de clubes, quer em termos de selecções. Com o trabalho que está a ser desenvolvido pelas diversas equipas e pela ABIT, principalmente ao nível da formação de treinadores, penso que no futuro os resultados podem ser ainda melhores. Hoje temos um leque de técnicos muito mais qualificado, com mais quatro técnicos de Nível III, mais dois técnicos de Nível II, mais oito técnicos de Nível I… Tudo isso é importante e mostra que os clubes estão a perceber que a formação é essencial. Há uns anos atrás havia muita vontade e espírito de sacrifício; hoje estes aspectos são complementados com qualificações. Por isso acho que estamos bem e no caminho certo para atingir melhores resultados.(JB) A nível de estrutura e organização da ABIT, vai haver mudanças?(LB) Há um ditado que diz, “em equipa que ganha, não se mexe”. Com o trabalho que estamos a desenvolver com esta actual estrutura directiva, penso que estamos no bom caminho. A estrutura técnica também está bem montada. É claro que a este nível pode sempre haver reajustamentos e reforços (nomeadamente em matéria de selecções), mas acho que estamos a trabalhar bem e vamos seguir o rumo delineado na próxima época. Por outro lado, neste momento já temos ‘peso’ na Federação. É óbvio que temos de ter em atenção que somos uma associação de uma região autónoma e de uma ilha, mas já sabemos ‘bater o pé’ quando é preciso. Ainda há poucos dias pedimos explicações sobre a situação de um atleta que não foi convocado (injustamente) para o estágio de uma selecção nacional e obtivemos resposta da Federação, que está já a pensar emendar esta situação… Isto são pequenos sinais da nossa força dentro da Federação… Para isso tem valido também o trabalho que tem sido feito ao nível da nossa presença em eventos e em reuniões associativas e federativas, onde nos damos a conhecer e divulgamos as nossas ideias.(JB) Em termos de grandes eventos. Pode haver surpresas?(LB) O ano de 2007 vai ficar marcado pela organização do Jamboree Nacional de Minibasquete. Vai ser a nossa grande aposta, a realizar na Páscoa de 2007. Quanto a outros eventos, estamos sempre abertos a esta possibilidade. A Federação conhece a nossa disponibilidade e a nossa capacidade de organização, mas estamos sempre dependentes dos custos e dos apoios. É preciso que seja tudo muito bem estudado, mas se a Federação apoiar poderá haver alguma surpresa. De qualquer forma, o nosso grande objectivo é organizar um Jamboree com qualidade em 2007. Para além disso, e mais importante que os grandes eventos, é o trabalho do dia a dia… Foi importante o trabalho que se fez a nível de escolinhas do desporto; o que se fez para conseguir solidificar o projecto do Jornal do Basquetebol; para conseguir ter atletas da Região em destaque nas provas nacionais e conseguir ter atletas da Terceira nos Centros de Treino Nacionais ou com perspectivas de integrar os trabalhos das Selecções Nacionais… São aspectos importantes para nós e para a nossa modalidade… Espero apenas que na próxima época todos os desejos das equipas filiadas nesta associação se concretizem. Nós vamos tentar ajudar no que for possível.

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19 JUL 2006

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